quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Porto Alegre: Escola diz ter alertado governo sobre obras parciais

Telhado dos prédios foi reformado apenas nas beiradas e serviço é investigado pela operação Kilowatt

   Telhado de escola foi reformado apenas nas beiradas
   Crédito: Polícia Civil / Divulgação / CP

Inaugurada em 1960, na época das Brizoletas, a Escola Estadual Oscar Pereira, localizada no bairro Cascata, em Porto Alegre, demandava reformas há tempos. O problema parecia estar se encaminhando para uma solução quando as obras tiveram início, em julho de 2012. Com custo superior a R$ 1 milhão, o serviço previa reforma do telhado, pintura interna e externa, cobertura da quadra esportiva e reforma de banheiros. O surgimento de rachaduras e os vazamentos nos sanitários, porém, levantaram suspeitas. 

Segundo a diretora da escola, Ana Regina Jardim, as caixas de descarga apresentaram problemas pouco tempo após serem instaladas. As suspeitas foram comprovadas durante um passeio no Morro da Embratel, de onde ela teve uma vista do telhado do prédio. A cobertura havia sido substituída apenas parcialmente. A direção da escola garante ter comunicado a Secretaria Estadual da Educação. “Diante de tudo o que via, ficava tão indignada que fui registrando e entregando os documentos. Tive certeza de que realmente o material usado era de péssima qualidade”, relatou Ana Regina. 

O custo também chamou a atenção da comunidade escolar. “Eu dizia o tempo todo para o presidente da empresa que se dessem esse dinheiro na minha mão eu teria feito duas escolas”, recorda. Um banheiro adaptado para cadeirantes custou R$ 21 mil. 

Após a deflagração da operação Kilowatt, as suspeitas foram reforçadas. As obras realizadas no prédio estão sob investigação, segundo a Polícia Civil. “Espero que, além da Oscar Pereira, muitas outras verdades sejam descobertas e que os culpados sejam punidos”, declarou Ana Regina. 

Com aulas nos três turnos, a escola conta 1,5 mil alunos de ensino fundamental e médio. Construída inicialmente em madeira, o prédio foi substituído por alvenaria no final da década de 1990. Sem opções de lazer, muitos alunos e moradores frequentam o espaço também fora do horário das aulas. “A escola é o coração da comunidade da Vila 1º de Maio”, definiu a diretora.

Fonte: Danton Júnior / Correio do Povo

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