sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Os clássicos chapéus Panamá ganham o Litoral Norte na cabeça das mulheres

Charme é o ponto forte do acessório, que atua principalmente para proteção do sol à beira-mar

Os clássicos chapéus Panamá ganham o Litoral Norte na cabeça das mulheres Diego Vara/Agencia RBS
Amigas passeiam em Atlântida com chapéu que mistura charme e proteção ao solFoto: Diego Vara / Agencia RBS

As mulheres assumiram o chapéu que, no século passado, era item da vestimenta masculina. Neste verão, o panamá é tendência nas praias gaúchas do Litoral Norte. Com pouca variação, o modelo clássico do sombreiro se prolifera nas cabeças femininas à beira do mar. O charme é o ponto forte do panamá, que também cumpre sua função básica.

– É bem bom, protege do sol e, apesar de ficar soltinho, ainda não voou – avalia a farmacêutica Giordana Barrera, 30 anos.

Acompanhada de três amigas, ela desembarcou na Praia de Atlântida no começo da tarde dessa quinta-feira. Entre as quatro, apenas uma não estava com a nova tendência na cabeça.

– Não trouxe o meu. Ficou em Santo Ângelo – justificou a biomédica Thiely Meotti, 24 anos.

Como comprou na cidade das Missões, Thiely estima ter pago pela peça quase cinco vezes mais do que as amigas. As fisioterapeutas Rafaela Malesuik, 23 anos, e Fernanda Gerhard, 22 anos, compraram os seus de um vendedor ambulante que circulava pela praia, em Capão da Canoa. Pagaram R$ 20 cada, e Fernanda optou por um tom mais escuro do que o tradicional.

A chapeleira Tais Andrade diz que o panamá é, originalmente, feito de cor clara (off-white), com fita preta para acabamento ou no mesmo tom. Como sua origem é um local de clima quente, para ela, o modelo tem tudo a ver com a praia:

– Até uns dois verões atrás ainda se viam os chapéus de estilos caubói, mas eles já estão totalmente fora de moda. Hoje, é o panamá ou aquele bem estilo de praia, com a aba bem larga.

Para usar na piscina, na praia e nos bares

Incorporado pelo guarda-roupa feminino e trazido na mala para a praia, o modelo pode ser usado por qualquer pessoa, mas tem uma regra obrigatória: jamais deve compor um look sofisticado. A dica da jornalista e produtora de moda Gabriela Casartelli é que se evite usá-los em ocasiões formais. Por isso, aposte nele na praia, na piscina e nos bares, no final da tarde.

Para as mulheres, ela recomenda o uso com todos os itens de verão: vestidos leves, shorts – os de cintura alta dão um charme retrô – e com jeans flare (o antigo boca-de-sino). Como ele é descontraído, cai bem com blusas do estilo bata ou até com camisas sociais estampadas ou polo.

E não é porque elas assumiram o estilo que os homens devem abandoná-lo. Eles podem combinar o item com bermudas, com a barra dobrada e, nos pés, mocassins, por exemplo.

– Quem tem mais personalidade vai se sentir mais seguro com o chapéu – garante Gabriela.

R$ 20 é o preço do chapéu panamá na beira da praia, em Capão da Canoa, enquanto, no centro da cidade, ele chega a custar R$ 40

Valor chega a R$ 8 mil

- Dependendo da grife e da exclusividade, um panamá pode chegar a 2 mil libras, o equivalente a R$ 8 mil. Um exemplo é o modelo assinado pelo chapeleiro Philip Treacy, de Londres. Quando industrializado, o chapéu tende a ser mais barato e ter menos durabilidade.

Fabricação demorada

- Devido à escassez e ao alto custo da palha original (da planta carludovica palmata), a palha chamada sisal ou parasisal é muito usada hoje para a fabricação dos panamá. Um chapéu pode levar até quatro meses para ser feito.

- Apesar do nome, o autêntico chapéu panamá é fabricado no Equador, principalmente nas cidades de Cuenca e Montecristi.

- Os primeiros registros da existência do panamá datam do século 16, quando os espanhóis conquistaram o Equador. Na época, os nativos usavam chapéus de palha semelhantes às toucas utilizadas por freiras e viúvas na Europa, o que chamou a atenção dos conquistadores.

- Em 1848, no começo da Corrida do Ouro, nos Estados Unidos, o Panamá tornou-se um importante ponto de comércio dos norte-americanos com outros povos do continente. Um dos objetos levados para os Estados Unidos era o chapéu, que, embora fabricado no Equador, ganhou o apelido do país de onde era importado.

- Em 1855, depois de um francês morador do Panamá mostrar os chapéus na Feira Mundial, a peça virou moda na França.

- Em 1906, milhares de chapéus foram usados por engenheiros e trabalhadores americanos na construção do Canal do Panamá, o que ajudou a associar, mundialmente, o chapéu ao país.

- Entre as personalidades que usaram o panamá estão Napoleão III, Theodore Roosevelt, Frank Roosevelt , Winston Churchill e Al Capone, além do ex-presidente brasileiro Getúlio Vargas e do inventor Alberto Santos Dumont.

Fonte: Letícia Costa | ZERO HORA

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