quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Novo Hamburgo: Jovem baleado por policial confessa assalto

Após roubo a restaurante, outro suspeito foi morto

   Foto: Dariele Gomes/GES-Especial

Novo Hamburgo - O assalto a um restaurante na Rua João Pessoa, bairro Pátria Nova, na véspera de Natal, que resultou em um morto e um ferido a tiros por um policial civil, é considerado elucidado pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Novo Hamburgo. Isso porque o adolescente de 17 anos baleado, em interrogatório na tarde de ontem, confessou o roubo, confirmou a participação do jovem morto e ainda entregou um terceiro participante.

O menor ficou uma semana no hospital e foi internado no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do bairro Canudos. “Ele é o mais perigoso. Foi quem articulou o assalto”, diz o supervisor da 1ªDP, comissário Jorge Luz dos Santos. Órfão de pai e mãe, o adolescente admitiu, na presença de um tio, que atacou o restaurante com Ezequiel Eliel Borges, 18. “Era para ser tranquilo. A gente não esperava que tinha polícia lá”, declarou aos agentes.

Depois da morte de Ezequiel no tiroteio com o inspetor, o menor, mesmo alvejado duas vezes no quadril, fugiu de moto até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canudos, onde foi detido.

“Dei dois tiros em cada um”

Duas semanas depois, o inspetor de Polícia concordou em falar sobre o confronto. Disse que almoçava perto da janela quando percebeu que o restaurante seria assaltado, por volta das 14 horas de 24 de dezembro. “Decidi intervir na rua, pois lá dentro poderia comprometer a segurança das pessoas. Quando eles sacaram as armas, dei dois tiros em cada um.”

Como o senhor percebeu os ladrões?
Policial civil - Eu estava almoçando. Percebi que duas motos passavam na rua em baixa velocidade. Em seguida, dois voltaram e ficaram observando o restaurante. Avisei o proprietário do restaurante que um assalto poderia ser praticado no local.

O assalto demorou?
Policial civil - Dois suspeitos logo entraram. Um pegou um picolé e foram ao caixa. Saí discretamente para a rua, pois não daria para intervir lá dentro em razão da segurança das pessoas. Percebi que um deles puxou a arma e anunciou o assalto. Liguei para pedir apoio à Brigada, mas o 190 estava ocupado. Observei a área. À frente, havia uma mulher na calçada. Ao lado, um casal chegava. Não poderia esperar ali, pois um possível tiroteio poderia colocar pedestres em risco. Então fiquei perto da moto dos assaltantes, que estava ligada.

Como foi a abordagem?
Policial civil - Eles chegaram correndo até a moto. Quando eu disse para se entregarem, que era a Polícia, os dois sacaram as armas. Aí começou o tiroteio. Dei dois tiros em cada um. O caroneiro da moto saiu correndo e caiu morto 30 metros adiante. Na roupa dele, em uma sacola plástica, estava o dinheiro roubado. O outro ficou caído mirando em mim e atirando. Tive que me proteger atrás de carros. Aí chegou uma equipe da Brigada. O delinquente subiu na moto e fugiu pela Rua Bento Gonçalves na contramão.

Considera que agiu certo?
Policial civil - O policial nunca pode se omitir e sempre deve pensar na segurança de terceiros. A única vida que coloquei em risco foi a minha.

Garçom seria o informante

O terceiro suspeito entregue pelo adolescente é um garçom que tinha feito trabalhos esporádicos no restaurante. “Esse indivíduo, que estamos investigando, teria sido o responsável por passar informações privilegiadas do estabelecimento aos assaltantes”, comenta Luz.

O menor agiu com um revólver calibre 38 e, com o jovem morto, foi apreendida uma réplica de pistola.

Fonte: Sílvio Milani | Jornal NH
Última atualização em 08/01/2014 - 07h49

Nenhum comentário:

Postar um comentário