sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Laudo comprova que explosão de dinamite matou garota e padrasto, em Pirenópolis (GO)

Estudante e garimpeiro foram encontrados mortos em Pirenópolis, há 1 mês.
Delegado aguarda resultado de outros exames para concluir inquérito.

Loanne Rodrigues da Silva Costa, Pirenópolis, Goiás (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)
   Loanne Rodrigues da Silva Costa era estudante de enfermagem (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

O laudo cadavérico comprovou que causa da morte da estudante de enfermagem Loanne Rodrigues da Silva Costa, de 19 anos, encontrada amarrada ao lado do padrasto, o garimpeiro Joaquim Lourenço da Luz, de 47 anos, em Pirenópolis, na região central de Goiás, foi uma explosão provocada por dinamite. O documento foi recebido pela Polícia Civil na quinta-feira (16) e, segundo o delegado Rodrigo Luiz Jayme, as informações foram anexadas ao inquérito.

"Essa conclusão reafirmou o que os peritos que estiveram na cena do crime constataram, que foi a explosão. Infelizmente, ainda estamos no aguardo dos demais exames, como de DNA, que poderá dizer se Loanne estava 'dopada' no dia da morte. Esses resultados nos darão as respostas que faltam", explicou Jayme ao G1.

Ainda segundo o delegado, as evidências recolhidas até agora apontam para um homicídio seguido de suicídio. "Nenhuma possibilidade é descartada, até porque os laudos que faltam podem nos dar pistas novas, mas tudo indica que o padrasto premeditou o crime, amarrou-se à jovem e detonou os explosivos. É fato que ele nutria um ciúme exagerado pela menina", disse.

Loanne e Joaquim foram encontrados mortos no dia 17 de dezembro, no Morro do Frota, ponto turístico de Pirenópolis. De acordo com a Polícia Civil, o padrasto e a enteada morreram abraçados, estando Joaquim com o pé acorrentado e Loanne amarrada com uma corda a uma árvore.

O inquérito deveria ter sido concluído nesta sexta-feira (17), mas o delegado contou que pediu a prorrogação do prazo. "O que atrasou mesmo foram os laudos, mas eles não devem demorar muito. De qualquer forma, ainda pretendo ouvir três amigos de Loanne e vou convocar a mãe dela para um novo depoimento. Com isso, espero elucidar o caso de vez", ressaltou Jayme.

Ao G1, a mãe de Loanne e esposa do garimpeiro, Sandra Rodrigues da Silva, disse que tenta aceitar a tese da polícia de que o marido planejou o crime. "Éramos felizes e nunca pensei que minha família iria ficar no meio de uma tragédia assim. Convivi oito anos com ele [Joaquim] e nunca pensei que ele pudesse ser capaz de cometer um crime. Por isso, penso que outra pessoa possa ter feito isso com os dois, mas infelizmente tudo aponta para ele mesmo", disse.

Perícia

Entre os laudos que faltam ser concluídos, estão a análise das cinzas de cigarro e o líquido de uma garrafa encontrados na cena do crime. Também foram periciados o celular das vítimas e um notebook de Loanne, pois a polícia quer saber se os dois trocaram mensagens e qual era o conteúdo delas. Bilhetes encontrados na casa de Joaquim, dos quais um tem teor suicida, passaram por exames grafotécnicos para ficar comprovada a autoria.

Loanne Rodrigues da Silva Costa, Pirenópolis, Goiás (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)
   Polícia diz que padrasto tinha ciúmes de Loanne (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

"Só depois de juntarmos todos esses elementos, poderemos ter todas as respostas. Mas ressalto que, apesar de trabalharmos com a hipótese de que o padrasto planejou tudo, não descartamos outras possibilidades", afirmou o delegado.

A suspeita de que uma terceira pessoa pudesse ter cometido o crime foi levantada por uma carta anônima recebida por Loanne em abril do ano passado. O texto continha ameaças à jovem. Pouco tempo depois do recebimento, ela levou uma paulada na cabeça ao chegar em casa, e precisou ser internada no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), cidade onde fazia faculdade. Na ocasião, a família fez o registro da ocorrência na delegacia do município, mas o agressor nunca foi descoberto.

Seguro de vida

Cerca de um mês antes das mortes, o garimpeiro contratou um seguro de vida no valor de R$ 30 mil, no qual o filho biológico aparece como beneficiário. Segundo o delegado, uma testemunha contou que Joaquim teria pedido informações no banco se a apólice cobriria casos de suicídio. "Esse é mais um elemento que leva a crer que ele pode ter forjado a cena do crime para parecer que ele foi vítima e não autor", afirmou Jayme.

O rapaz que seria o beneficiário do seguro relatou em depoimento que estranhava o amor que o pai sentia por Loanne. Já a outra filha do garimpeiro afirmou que acreditava mesmo que o pai tenha planejado o assassinato de Loanne.

Fonte: Fernanda Borges | Do G1 GO

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